Crianças chorando a morte da mãe, gente com ossos visíveis por baixo da pele,
gente com moscas nos olhos, gente faminta, gente pobre, gente sem futuro.
Imagens desse tipo já vi aos montes. Inclusive, algumas, em livros de
fotógrafos renomados, viraram até objetos de arte. São imagens de miséria que
comovem. São imagens que criam plataformas de governo, criam ONGs, criam
entidades e movimentos sociais.
A miséria pelo mundo, seja na África ou no sertão nordestino, na Índia ou na
Colômbia, sensibiliza. Ano após ano, discutiu-se o que fazer. Anos de pressão
para sensibilizar uma infinidade de líderes que se sucederam nas nações mais
poderosas do planeta. Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários para
resolver o problema da fome no mundo. Mais que resolver, extinguir. Não haveria
mais nenhuma criança magra e sem futuro, em nenhum canto do planeta. Não sei
como calcularam este número. Mas digamos que esteja certo. Na verdade, vamos
“chutar” o dobro ou o triplo. Assim, com 120 bilhões o mundo seria um lugar
mais justo.
Bom, enfim, não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que
sensibilizasse. Não houve documentário, ONG, partido político ou pressão que
resolvesse. Mas em apenas alguns dias, em Cannes, na França, encerrou-se hoje a
reunião do G20, os mesmos líderes, as mesmas potências, aqueles que dizem não
ter dinheiro em seu cofres, tiraram da cartola centenas de bilhões de dólares para
salvar da fome quem já estava de barriga cheia, os bancos e investidores.
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G20 - Agência Brasil |
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