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Jader Barbalho |
Obrigada a deixar o mandato no Senado por determinação do
Supremo Tribunal Federal (STF), que hoje garantiu a posse de Jader Barbalho
(PMDB-PA), a senadora Marinor Brito (PSOL-PA) acusou o presidente da Corte,
ministro Cezar Peluso, de "dar um golpe antecipado na ficha limpa".
Ela se referiu a Jader, segundo colocado nas eleições do ano passado, como
sendo "um corrupto que a população queria ver fora" e "alguém
que tem a vida toda se dedicado para ocupar espaços públicos para se beneficiar
e aumentar seu patrimônio". "Estou me sentindo como uma cidadã que
está se sentindo traída pela Justiça brasileira", protestou.
Acompanhada por deputados do PSOL, Marinor disse que vai
recorrer da decisão ao próprio STF por entender que o ministro Peluso não
poderia desempatar o placar dos ministros. "Foi uma decisão polêmica, que
não poderia ser decidida por desempate", alegou. "Perde o Brasil,
perde a democracia e o povo brasileiro, que está lutando para ser respeitado, e
para que a gente consiga varrer da política os corruptos", criticou. No
entender da senadora, a decisão do Supremo resultou num "momento muito
cruel para a vida política do povo brasileiro".
Marinor disse que o terceiro colocado na disputa ao Senado,
o ex-deputado Paulo Rocha (PT-PA), também vai contestar a decisão. Jader
Barbalho foi barrado pela Lei da Ficha Limpa porque renunciou ao mandato do
Senado para não ser cassado pelo envolvimento no escândalo de desvio de
recursos do Banpará. O deputado Paulo Rocha também renunciou ao mandato de
deputado para não ser processado como um dos envolvidos no esquema do mensalão.
A posse de Jader Barbalho, que chegou a presidir o Senado,
dificilmente ocorrerá este ano. Antes, ele terá de aguardar a publicação do
acórdão do Supremo e pela diplomação pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do
Pará. De posse do diploma, Jader terá de encaminhar o documento à
Secretaria-Geral da Mesa do Senado. Somente a partir de então serão contadas
cinco sessões do plenário antes do ato de sua posse. O prazo é difícil de ser
cumprido porque as atividades do ano legislativo do Congresso se encerram na
próxima sexta-feira. Senado e Câmara retornarão ao trabalho no dia 2 de
fevereiro de 2012. [AE]
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