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Foto: Patrícia |
Os protestos populares que tomaram a cidade nos últimos dias foram atos do
poder do povo em sentido muito literal.
Esses protestos fizeram valer algumas das mais antigas e
mais básicas formas da sociabilidade humana.
Reunidas nas ruas, nas praças, nos espaços públicos, as
pessoas falaram, cantaram e gritaram palavras-de-ordem.
Mostraram que esses não são velhos rituais preservados só em
tribos primitivas. São parte da habilidade humana para formar grupos, da
capacidade para diluir a individualidade numa maior (des)identidade coletiva na
busca do exercício da cidadania.
É um equivoco dizer que o movimento foi realizado por um
único partido. A “Primavera Poaense” surgiu quando gente comum também arriscou
protestar com especial protagonismo pelas redes sociais.
A importante ação de jovens comuns não pode ser apagada pelo
barulho que se faz sobre o fato político partidário ou numa tentativa de
desconstrução, chamá-la de vandalismo.
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Foto: Arthur Stabille |
Há quase sete anos também fui ridicularizado quando protestei
sozinho com nariz de palhaço na inauguração da mesma casa de leis que nestes
dias recebeu mais de 100 protestantes.
Não se pode ignorar que felizmente nossa cidade viveu um
momento grandioso onde as pessoas, sobretudo os jovens, romperam o silencio e
resolveram participar politicamente.
Foram evidentes alguns mais exaltados, mas podem tranquilamente serem absolvidos. Cada um tem uma reação diante de uma barata, por exemplo. Um
protesto popular também é assim.
Portanto, se houveram excessos e exageros, são desprezíveis
diante do avanço democrático que nossa cidade vivenciou.
Prefiro uma juventude atuante, ainda que ao seu modo, às vezes
inconsequente, pouco madura, mas que se envolve nas questões de interesse
público e social, que leva sua cidade, seu país a sério, que propõe uma nova
gramática política, que busca espaço para discutir alternativas, a uma
juventude em silêncio profundo, silêncio esse que pertence apenas aos cemitérios e que satisfazem os interesses daqueles que não tem nenhum compromisso com a democracia.
Saulo... parabéns, ótima avaliação...
ResponderExcluirValeu Tom! Sucesso!
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