1 de mar. de 2012

PROTESTO CONTRA AUMENTO E O VANDALISMO


Foto: Patrícia

Os protestos populares que tomaram a cidade nos últimos dias foram atos do poder do povo em sentido muito literal.

Esses protestos fizeram valer algumas das mais antigas e mais básicas formas da sociabilidade humana.

Reunidas nas ruas, nas praças, nos espaços públicos, as pessoas falaram, cantaram e gritaram palavras-de-ordem.

Mostraram que esses não são velhos rituais preservados só em tribos primitivas. São parte da habilidade humana para formar grupos, da capacidade para diluir a individualidade numa maior (des)identidade coletiva na busca do exercício da cidadania.

É um equivoco dizer que o movimento foi realizado por um único partido. A “Primavera Poaense” surgiu quando gente comum também arriscou protestar com especial protagonismo pelas redes sociais.  

A importante ação de jovens comuns não pode ser apagada pelo barulho que se faz sobre o fato político partidário ou numa tentativa de desconstrução, chamá-la de vandalismo.

Foto: Arthur Stabille
Há quase sete anos também fui ridicularizado quando protestei sozinho com nariz de palhaço na inauguração da mesma casa de leis que nestes dias recebeu mais de 100 protestantes.

Não se pode ignorar que felizmente nossa cidade viveu um momento grandioso onde as pessoas, sobretudo os jovens, romperam o silencio e resolveram participar politicamente.

Foram evidentes alguns mais exaltados, mas podem tranquilamente serem absolvidos. Cada um tem uma reação diante de uma barata, por exemplo. Um protesto popular também é assim.

Portanto, se houveram excessos e exageros, são desprezíveis diante do avanço democrático que nossa cidade vivenciou.

Prefiro uma juventude atuante, ainda que ao seu modo, às vezes inconsequente, pouco madura, mas que se envolve nas questões de interesse público e social, que leva sua cidade, seu país a sério, que propõe uma nova gramática política, que busca espaço para discutir alternativas, a uma juventude em silêncio profundo, silêncio esse que pertence apenas aos cemitérios e que satisfazem os interesses daqueles que não tem nenhum compromisso com a democracia.








2 Comentários:

Obrigado pelo seu comentário! Saulo Souza