7 de jun. de 2012

GLOBO AGRADECE PROIBIÇÃO DE ALUGUEL DE HORÁRIO NA TV PARA EVANGÉLICOS


Mais do que nunca, efetivamente carecemos de uma legislação atualizada de radiodifusão no Brasil. Não se trata de criar restrições ao livre exercício da propriedade, da divulgação de informação e da expressão de opinião, mas de se criarem mecanismos que permitam, tanto quanto possível, coibir a concentração da mídia, responsabilizar as emissoras de televisão e rádio pelos conteúdos que divulgam, enfim, regular socialmente a atividade empresarial da comunicação no país.


Entretanto, com a aparente justificativa de promover esta chamada regulação social da comunicação, o governo federal está para publicar um decreto que consiste em “apenas” proibir que emissoras de televisão aluguem espaços em sua grade de programação para igrejas evangélicas, as mais prejudicadas, para a Ultrafarma e para o Polishop, por exemplo.

Como se o problema da anarquia que está a televisão brasileira e suas relações com o poder, o Cachoeira que o diga, fossem os evangélicos ou as emissoras da “segunda divisão” que atualmente são os maiores beneficiários da atual legislação, pois permite que até 25% da programação seja repassada a terceiros.


Como se sabe, a Record, a Band, a Rede TV e o SBT têm na venda de espaços para programas realizados por terceiros uma importante fonte de renda e uma maneira de se viabilizarem frente a forte Rede Globo.

Reconheço que muitas igrejas evangélicas funcionam dentro da lógica do mercado, estão ávidos por clientes. Entretanto não se pode nivelar todas as igrejas por baixo e criminalizar a fé evangélica como um todo enquanto as coisas que são consideradas grande imprensa no Brasil estão podres.


Prefiro o risco de continuar existindo programas de rádio ou de televisão ensinando técnicas de oração, campanhas sucessivas de como receber o que desejamos de Deus, de ver o esforço de grandes heróis do cristianismo escorrendo na sarjeta da hipocrisia e da emotividade instantânea, a ver portas fechadas para verdadeiros pregoeiros da justiça que ajudam as pessoas a entender, internalizar e viver as verdades bíblicas.


Mais do que isto, ver o governo federal alinhado com esta “pornografia” que está a grande mídia, que ao que tudo indica, com aprovação ou não desta regulação, tendo inviabilizado fonte de renda das emissoras da “segunda divisão”, a Rede Globo vai continuar livre, leve e solta, e mais do que nunca, sem concorrência!


 Minuta do Decreto Aqui




2 Comentários:

  1. Mais uma reflexão...

    Sabe porque eu acho a proposta um absurdo, uma afronta a inteligência das pessoas, porque todo mundo sabe que todas as emissoras se viabilizam com cotas de publicidade.

    Quer dizer então que eu proíbo alugar horário para Igreja e mantenho inalterado autorização para publicidade.

    Qual a diferença de se vender algumas horas para igreja evangélica e alguns segundos no intervalo do jogo para Brahma, para cigarro, para coca-cola?

    Inclusive, é muito mais caro alguns segundos no intervalo do jogo e da novela das 20h para publicidade da coca-cola do que muitas horas para programas evangélicos.

    A conta é esta! Qual a diferença! Igreja não pode e Brahma pode?
    Compra o produto quem quer!

    Eu não estou defendendo igrejas que fazem programas não, porque sabemos que a lógica de muitas delas não tem nada a ver com o Evangelho genuíno, mas com práticas mercadológicas apenas. Muitos destes programas são uma venda de produto!

    Meu desabafo é sobre esta hipocrisia. Precisamos de uma regulação no setor que efetivamente combata a "pornografia" que se encontra a grande mídia e suas relações com o poder no país, o Cachoeira que o diga, e não criar mecanismos para incentivar a concorrência desleal.

    No dia que baixar um decreto que publicidade de cigarro, de álcool, de carro, de todos os serviços que incentivem o consumismo, estão proibidos, talvez coerentemente defenderei que publicidade de igreja também está proibida, independente se uns usam alguns segundos e outros algumas horas...

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Obrigado pelo seu comentário! Saulo Souza